terça-feira, 3 de abril de 2012

Ser alegre ou ser triste? ESTEJA alegre ou triste, SEJA você!

Andam falando por aí de uma tal ditadura da felicidade. Explicam que, nos dias atuais, as pessoas se sentem na obrigação de estarem felizes ou buscarem incessantemente essa tal felicidade. Como se o contrário disso fosse comprovar uma falta de capacidade ou incompetência. E como um estado permanente de felicidade é quase impossível, muitas pessoas fingem alegria, omitem seu verdadeiro estado emocional, se deprimem como reação a essa tal ditadura.

Costumo dizer que há, na verdade, muitas receitas prontas de como devemos levar essa vida. Se você já leu um livro de auto-ajuda, vai entender o que eu digo. E isso é que nem remédio medicado para alguém que dá certo, mas que não tem nenhuma garantia que servirá para você. Talvez por isso meu gosto literário, apesar de muito eclético, não se estende a esse tipo de leitura. Há alguns exemplares dessa qualificação que me atraem, mas quando trazem uma narrativa bem elaborada, uma história que prende minha atenção e não receitas prontas, pois estas não me servem.

Não quero, nem de longe, dizer que não podemos aprender com as experências de vida de outras pessoas. Conversar com amigos mais vividos, ouvir relatos de superação, ler sobre histórias de pessoas resilientes que venceram, tudo isso é sim muito enriquecedor e pode nos trazer muito aprendizado. Só não aprecio a idéia do "faça assim" e você vencerá.

Acredito sim, que cada um, como disse o poeta "sabe a dor e a delícia de ser o que é". Então cada um, mesmo sem saber, tem ou pode criar sua própria receita. Cada pessoa é sim capaz de buscar o autoconhecimento, se permitir com uma boa dose de amor próprio dissecar aqueles sentimentos mais escondidos, aqueles que pensamos esconder até de nós mesmos, que muitas vezes nem queremos reconhecê-los. E nesse submundo das emoções escondidas, dos sentimentos retraídos, é que guardamos as travas que nos impedem de encontrar o que chamo de sua própria receita.

Quanto a essa ditadura da felicidade, não creio que nada parecido me pressione, seja pela alegria ou muito menos pela tristeza. Sou alegre por natureza e como costumo dizer, feliz por decisão.
Como todo ser humano normal, tenho meus momentos de tristeza, introspecção, isolamento, as vezes exploro esses momentos para escrever, pensar ou então curto minha fossa da maneira mais apropriada, chorando e falando sozinha como se fosse minha própria analista. A tristeza é muito fértil, te faz refletir, te faz valorizar os instantes de alegria. Ícones das artes cênicas, da música, da literatura tiveram em suas depressões emocionais o ápice de suas carreiras.

Quando falo dessa minha alegria, jamais suponham que ela é constante, apenas na soma dos meus estados de espírito, ela será muito mais recorrente. É que sou do time dos sorrisos fáceis, das gargalhadas fartas, daqueles que gostam de amarelo, que cantam mais alto que o som sua música predileta, dos que se permitem rir de si mesmo quando o sapato solta a sola e vira aquele jacaré, enfim, sou da turma que é perdida pela frase do poeta: "é melhor ser alegre que ser triste, alegria é a melhotr coisa que existe".

Longe de qualquer obrigação, isso tudo pra mim, é uma questão de preferência. E como me permito seguir minha própria receita. Vou provando o resultado dia a dia e dos diversos sabores e desabores, concluo por enquanto, que gosto de me sentir assim: uma aprendiz na cozinha da vida, testando minha própria receita, errando ali, acertando aqui, rindo de mim mesma, mas ciente de que o Chefe é generoso, é Pai, a receita é minha e o principal paladar a agradar também é meu.

4 comentários:

Silvane Hempel disse...

Que legal seu blog :D

bjo.

www.estilodasil.blogspot.com

Rosenir disse...

Fer, uma eterna aprendiz da vida.
Einstein também vivia experimentando, a diferença é que ele queria queria descobrir coisas científicas, vc quer apenas viver e aprender, é isso que faz de vc essa pessoa inteira, FERNANDA MONTEIRO VIEIRA sem tirar uma letra, composta de muitas emoções, convicções, dúvidas sábias, uma felicidade interior contagiante, sem tempo ruim mesmo que algo lhe incomode.Guardo vc pra sempre no meu coração,como uma amiga sem igual. Amo vc pra sempre!

Aline Coutinho disse...

Amiga, lendo suas reflexões, eu me senti como se vc estivesse exatamente ao meu lado, como naqueles dias que ia de carona, ouvindo jorge vercilo e conversando sobre diversas coisas, que as vezes nos deixavam tristes ou alegres... Mas o mais interessante dessa leitura, além de sentir sua presença em cada palavra dessas, é a alegria que vc transmite e o alivio que vc passa em dizer que não temos obrigação de ser feliz sempre, somos seres humanos, oscilantes, intensos e verdadeiros.

Fernanda Monteiro disse...

Sil, Rosenir e Aline, obrigada pela generosa atenção dedicada ao meu blog. Aqui deve ser também um lugar de vocês. Sempre que quiserem postem comentários e quando desejarem falar de um tema específico, me insultem. Um grande beijo!